sábado, dezembro 26, 2009

Lisboa perto e longe






1972, São Salvador do Congo, nesta altura do ano.
Na rubrica de "Discos Pedidos" a Rádio Voz do Zaire transmitiu a meu pedido esta belíssima canção de José Cid.
Era novo, a saudade do Puto ainda mordia...

"Aqui Portugal, Estado de Angola, de São Salvador transmite a Rádio Voz do Zaire" (Rádio Xifuta, na versão sarcástica dos estudantes da secção do Liceu Salvador Correia de Sá)

Na versão original a interpretação vocal era apenas de José Cid.
Curioso é o facto de esta versão integrar a voz e as violas de Waldemar Bastos, nascido em 1954, justamente em M'Banza Congo, ex-São Salvador do Congo.

1 comentário:

siripipi alentejano disse...

Se sentes saudades, eu ainda sinto mais. Esse programa era por mim apresentado, nesse período mantinha ainda os programas Encontro com a Noite e Quadrante 1115. Nesse tempo a Voz do Zaire contava também com a colaboração do Acilio de Oliveira que era sobrimnho do Senhor Amadeu Graça gerete da Fazenda Primavera na Mamarrosa, propridade de Salvador Beltrão,do Felicio e outros.
No princípio a Voz do Zaire funcionava num pequeno edifício sem condições, todavia, a boa vontade e carolice dos colaboradores mantiveram-na em funcionamento, mais tarde um novo edifício veio colmatar as dificuldades iniciais
Há um episódio que nunca mais me esqueço, pssado antes do 25 de Abril, nesse tempo havia censura e nós tinhamos um documento emitido pela DGS em que relacionava os temas e os autores que nos inibia de por no ar. Um dia um Furriel da Força Aérea veio de férias e foi a França visitar os Peis que eram emigrantes e eu aproveitei para que trouxesse algumas novidades musicais. De regresso entre vários discos, deu-me um disco de José Mário Branco editado em França e cuja facha principal se denominava "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", este poema dizia-se que era da autoria de Luis de Camões e mesmo assim, sem estar na lista dos proibidos, a PIDE/DGS depois de eu ter posto no ar interrompeu-me a emissão e fui ouvido em declarações.
Há episódios que nunca mais esqueço, hoje já estou nos 64 anos e vão fazer parte das minha memórias.
Bem Haja
Campo Maior, 1 de Agosto de 2010
Tiago Veríssimo